No começo de 2023, escrevi dois textos sobre a experiência de ir ao cinema que geraram bastante conversa por aqui: tudo aquilo que não assistimos em 2023 e o tempo de digestão das coisas. Eu preciso admitir que, apesar da minha reflexão sobre ir com calma e dar tempo ao tempo não só desses, como de vários outros textos que vieram depois deles, no fundo eu sou bem… bom,
ansiosa.
É difícil perder o prumo das coisas. Se perder no ritmo, adiar coisas e depois não conseguir mais retomar. Sempre tive um pavor de que, se eu não fizesse certas coisas que eu queria naquele momento (ou constantemente), eu nunca mais conseguiria voltar para elas. Nunca mais conseguiria acessar de novo um estado de consciência em que aquilo era possível ou tangível dentro da minha realidade. São crises existenciais de quando a idade ainda é bem curta, eu acho. Como o se o tempo fosse sempre escasso e sempre urgente. E aos poucos a gente vai vendo que não é bem assim.
Mas também é difícil soltar.
A vida adulta tem des…